Moeda digital torna-se uma nova saída para a crise econômica dos países do terceiro mundo, com El Salvador e outros países a tentarem em primeiro lugar.
Moeda digital torna-se uma nova saída para a crise econômica dos países do Terceiro Mundo
A moeda digital está a oferecer novas soluções económicas a muitos países do terceiro mundo. Para os países desenvolvidos, a moeda digital representa inovação tecnológica, mas para os países do terceiro mundo, é mais uma ferramenta financeira para manter o poder de compra. Vários países esperam eliminar barreiras financeiras através da moeda digital, abrindo novos caminhos para o desenvolvimento económico.
Desde junho de 2021, quando El Salvador se tornou o primeiro a tornar o Bitcoin uma moeda de curso legal, vários países do terceiro mundo seguiram o caminho da legalização da moeda digital. A seguir, uma visão geral da situação de alguns países que adotaram a moeda digital como moeda legal.
El Salvador
Como o primeiro país a tornar o Bitcoin uma moeda de curso legal, a abordagem de El Salvador gerou bastante controvérsia. Alguns acreditam que essa abordagem "de cima para baixo" pode agravar a desigualdade de riqueza. O Fundo Monetário Internacional também pediu a El Salvador para revogar a lei do Bitcoin, sugerindo que poderia recusar assistência financeira em decorrência disso.
Apesar disso, o PIB de El Salvador cresceu 10,3% no primeiro ano após a adoção do Bitcoin, principalmente devido à recuperação do setor de turismo internacional. O país também apresentou uma série de planos relacionados ao Bitcoin, como a construção de uma praia do Bitcoin e a mineração utilizando energia geotérmica.
Embora a taxa de penetração da Internet em El Salvador seja apenas de 45%, a taxa de apoio ao presidente ainda é muito alta. Em fevereiro deste ano, dados mostraram que 94% dos salvadorenhos ainda pretendem votar para apoiar o atual presidente na sua reeleição.
Em abril deste ano, o El Salvador teve uma perda contábil de cerca de 29% em Bitcoin, mas o governo acredita que isso representa uma pequena parte do orçamento fiscal. Eles acreditam no futuro promissor do Bitcoin.
O Fundo Monetário Internacional afirmou, após visitar El Salvador em fevereiro deste ano, que os riscos do Bitcoin ainda não se manifestaram no país, mas alertou o governo para reconsiderar os planos de expandir a exposição ao Bitcoin.
Cuba
Em junho de 2021, Cuba seguiu El Salvador e se tornou o segundo país a adotar o Bitcoin como moeda legal. Ao contrário de El Salvador, essa medida de Cuba visa principalmente enfrentar as sanções econômicas dos Estados Unidos.
Devido a longas sanções e embargos dos Estados Unidos, Cuba precisa contornar o sistema do dólar para evitar restrições financeiras. Somado ao burocratismo do governo e à alta inflação, a confiança do povo no governo e na moeda local, o peso, diminuiu, enquanto a confiança no Bitcoin aumentou.
Com a popularização da internet móvel em Cuba, muitos cubanos começaram a usar Bitcoin. Em setembro de 2021, o Banco Central de Cuba reconheceu criptomoedas como o Bitcoin como forma de pagamento legal.
De acordo com relatos, já mais de 100 mil cubanos estão a usar Bitcoin e outras moedas digitais para lidar com as sanções dos Estados Unidos. Devido à incapacidade de utilizar muitas ferramentas de pagamento internacionais, as moedas digitais oferecem uma nova fonte de financiamento para Cuba.
Diante do bloqueio econômico dos Estados Unidos que dura há 60 anos, Cuba teve que buscar soluções econômicas por conta própria. Há relatos de que a Rússia e Cuba, que também enfrentam sanções dos EUA, estão estudando alternativas de pagamentos transfronteiriços, e a criptomoeda se tornou uma opção possível.
República Centro-Africana
Em abril de 2022, a República Centro-Africana tornou-se o primeiro país africano a adotar o Bitcoin como moeda oficial. O país lançou em seguida uma moeda digital nacional chamada Sango Coin, tornando-se o primeiro país africano a criar uma moeda digital nacional.
Como um pequeno país com apenas mais de 5 milhões de habitantes, a República Centro-Africana é considerada um dos países mais pobres do mundo. Devido ao seu passado como colônia francesa, o país tem utilizado o franco centro-africano como moeda oficial. No entanto, com a adoção do euro pela França, o valor do franco centro-africano começou a cair, levando o governo a olhar para as moedas digitais.
No entanto, a República Centro-Africana enfrenta muitas dificuldades reais. O país tem apenas 11% de cobertura de internet, apenas 14% da população tem acesso a eletricidade e menos da metade da população possui um telefone móvel. Esses fatores tornam a adoção de moeda digital um grande desafio.
Apesar disso, o governo da República Centro-Africana ainda insiste em integrar a moeda digital na economia nacional. Em julho de 2022, o país lançou a plataforma Sango baseada em sidechain do Bitcoin e iniciou a pré-venda do token Sango.
Venezuela
Em fevereiro de 2018, a Venezuela lançou a primeira moeda digital emitida por um governo na história da humanidade — a Petro(. A Petro está diretamente vinculada às reservas de petróleo, gás natural, ouro e diamantes do país, com um total de 100 milhões de moedas emitidas.
O governo da Venezuela está a promover ativamente o uso da moeda digital Petro. Os cidadãos podem comprar casas com a moeda digital Petro, e os principais bancos também abriram balcões para a moeda digital Petro. O governo também distribui pensões e subsídios através da moeda digital Petro e planeia promover o uso nos setores de eletricidade e impostos.
Em 2019, após a Venezuela romper relações com os Estados Unidos, a moeda petrolífera tornou-se uma ferramenta importante para os cidadãos do país evitarem as sanções americanas e transferirem fundos.
País insular do Pacífico, Tonga
Em janeiro de 2022, um ex-deputado das ilhas do Pacífico, Tonga, propôs um plano para adotar o Bitcoin como moeda legal. Ele afirmou que essa medida poderia permitir que mais de 100.000 tonganeses se juntassem à rede Bitcoin, enquanto a população total do país é de apenas 120.000.
Cerca de 40% da economia nacional de Tonga depende das remessas de trabalhadores no exterior. A adoção do bitcoin como moeda legal pode ajudar a reduzir os intermediários no processo de remessa, permitindo que mais rendimento permaneça nas mãos das famílias.
De acordo com informações, Tonga pode adotar o Bitcoin como moeda legal no segundo trimestre de 2023 e começar a mineração de Bitcoin no terceiro trimestre.
Conclusão
Sob a hegemonia do dólar global, as moedas de pequenos países muitas vezes se encontram em desvantagem. A moeda digital oferece novas opções a esses países, ajudando-os a se libertar de bloqueios econômicos e a buscar um sistema financeiro e monetário independente. No futuro, é provável que mais países do terceiro mundo adotem a moeda digital como moeda fiduciária, como a Argentina, que enfrenta alta inflação, e o menor país da América Latina, o Paraguai. A moeda digital está abrindo novos caminhos para o desenvolvimento econômico desses países.
![O que acontece agora com aqueles países que usam o Bitcoin como moeda legal para se opor à hegemonia do dólar e combater a alta inflação?])https://img-cdn.gateio.im/webp-social/moments-48b40709d02414ffdc2fb892e9d0691c.webp(
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blocksnark
· 18h atrás
A sabedoria sempre nasce na pobreza?
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DeFiVeteran
· 08-07 12:35
btc é o melhor do mundo
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JustAnotherWallet
· 08-06 11:22
Outra armadilha dominada pelo capital
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ExpectationFarmer
· 08-06 11:21
Ainda bem que El Salvador teve coragem de arriscar
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Fren_Not_Food
· 08-06 11:19
Lembrei-me outra vez da cara de apaixonado do presidente de El Salvador.
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MeaninglessGwei
· 08-06 11:14
Hã, a desigualdade de riqueza já existe há muito tempo. O Bitcoin pode mudar o que?
Moeda digital torna-se uma nova saída para a crise econômica dos países do terceiro mundo, com El Salvador e outros países a tentarem em primeiro lugar.
Moeda digital torna-se uma nova saída para a crise econômica dos países do Terceiro Mundo
A moeda digital está a oferecer novas soluções económicas a muitos países do terceiro mundo. Para os países desenvolvidos, a moeda digital representa inovação tecnológica, mas para os países do terceiro mundo, é mais uma ferramenta financeira para manter o poder de compra. Vários países esperam eliminar barreiras financeiras através da moeda digital, abrindo novos caminhos para o desenvolvimento económico.
Desde junho de 2021, quando El Salvador se tornou o primeiro a tornar o Bitcoin uma moeda de curso legal, vários países do terceiro mundo seguiram o caminho da legalização da moeda digital. A seguir, uma visão geral da situação de alguns países que adotaram a moeda digital como moeda legal.
El Salvador
Como o primeiro país a tornar o Bitcoin uma moeda de curso legal, a abordagem de El Salvador gerou bastante controvérsia. Alguns acreditam que essa abordagem "de cima para baixo" pode agravar a desigualdade de riqueza. O Fundo Monetário Internacional também pediu a El Salvador para revogar a lei do Bitcoin, sugerindo que poderia recusar assistência financeira em decorrência disso.
Apesar disso, o PIB de El Salvador cresceu 10,3% no primeiro ano após a adoção do Bitcoin, principalmente devido à recuperação do setor de turismo internacional. O país também apresentou uma série de planos relacionados ao Bitcoin, como a construção de uma praia do Bitcoin e a mineração utilizando energia geotérmica.
Embora a taxa de penetração da Internet em El Salvador seja apenas de 45%, a taxa de apoio ao presidente ainda é muito alta. Em fevereiro deste ano, dados mostraram que 94% dos salvadorenhos ainda pretendem votar para apoiar o atual presidente na sua reeleição.
Em abril deste ano, o El Salvador teve uma perda contábil de cerca de 29% em Bitcoin, mas o governo acredita que isso representa uma pequena parte do orçamento fiscal. Eles acreditam no futuro promissor do Bitcoin.
O Fundo Monetário Internacional afirmou, após visitar El Salvador em fevereiro deste ano, que os riscos do Bitcoin ainda não se manifestaram no país, mas alertou o governo para reconsiderar os planos de expandir a exposição ao Bitcoin.
Cuba
Em junho de 2021, Cuba seguiu El Salvador e se tornou o segundo país a adotar o Bitcoin como moeda legal. Ao contrário de El Salvador, essa medida de Cuba visa principalmente enfrentar as sanções econômicas dos Estados Unidos.
Devido a longas sanções e embargos dos Estados Unidos, Cuba precisa contornar o sistema do dólar para evitar restrições financeiras. Somado ao burocratismo do governo e à alta inflação, a confiança do povo no governo e na moeda local, o peso, diminuiu, enquanto a confiança no Bitcoin aumentou.
Com a popularização da internet móvel em Cuba, muitos cubanos começaram a usar Bitcoin. Em setembro de 2021, o Banco Central de Cuba reconheceu criptomoedas como o Bitcoin como forma de pagamento legal.
De acordo com relatos, já mais de 100 mil cubanos estão a usar Bitcoin e outras moedas digitais para lidar com as sanções dos Estados Unidos. Devido à incapacidade de utilizar muitas ferramentas de pagamento internacionais, as moedas digitais oferecem uma nova fonte de financiamento para Cuba.
Diante do bloqueio econômico dos Estados Unidos que dura há 60 anos, Cuba teve que buscar soluções econômicas por conta própria. Há relatos de que a Rússia e Cuba, que também enfrentam sanções dos EUA, estão estudando alternativas de pagamentos transfronteiriços, e a criptomoeda se tornou uma opção possível.
República Centro-Africana
Em abril de 2022, a República Centro-Africana tornou-se o primeiro país africano a adotar o Bitcoin como moeda oficial. O país lançou em seguida uma moeda digital nacional chamada Sango Coin, tornando-se o primeiro país africano a criar uma moeda digital nacional.
Como um pequeno país com apenas mais de 5 milhões de habitantes, a República Centro-Africana é considerada um dos países mais pobres do mundo. Devido ao seu passado como colônia francesa, o país tem utilizado o franco centro-africano como moeda oficial. No entanto, com a adoção do euro pela França, o valor do franco centro-africano começou a cair, levando o governo a olhar para as moedas digitais.
No entanto, a República Centro-Africana enfrenta muitas dificuldades reais. O país tem apenas 11% de cobertura de internet, apenas 14% da população tem acesso a eletricidade e menos da metade da população possui um telefone móvel. Esses fatores tornam a adoção de moeda digital um grande desafio.
Apesar disso, o governo da República Centro-Africana ainda insiste em integrar a moeda digital na economia nacional. Em julho de 2022, o país lançou a plataforma Sango baseada em sidechain do Bitcoin e iniciou a pré-venda do token Sango.
Venezuela
Em fevereiro de 2018, a Venezuela lançou a primeira moeda digital emitida por um governo na história da humanidade — a Petro(. A Petro está diretamente vinculada às reservas de petróleo, gás natural, ouro e diamantes do país, com um total de 100 milhões de moedas emitidas.
O governo da Venezuela está a promover ativamente o uso da moeda digital Petro. Os cidadãos podem comprar casas com a moeda digital Petro, e os principais bancos também abriram balcões para a moeda digital Petro. O governo também distribui pensões e subsídios através da moeda digital Petro e planeia promover o uso nos setores de eletricidade e impostos.
Em 2019, após a Venezuela romper relações com os Estados Unidos, a moeda petrolífera tornou-se uma ferramenta importante para os cidadãos do país evitarem as sanções americanas e transferirem fundos.
País insular do Pacífico, Tonga
Em janeiro de 2022, um ex-deputado das ilhas do Pacífico, Tonga, propôs um plano para adotar o Bitcoin como moeda legal. Ele afirmou que essa medida poderia permitir que mais de 100.000 tonganeses se juntassem à rede Bitcoin, enquanto a população total do país é de apenas 120.000.
Cerca de 40% da economia nacional de Tonga depende das remessas de trabalhadores no exterior. A adoção do bitcoin como moeda legal pode ajudar a reduzir os intermediários no processo de remessa, permitindo que mais rendimento permaneça nas mãos das famílias.
De acordo com informações, Tonga pode adotar o Bitcoin como moeda legal no segundo trimestre de 2023 e começar a mineração de Bitcoin no terceiro trimestre.
Conclusão
Sob a hegemonia do dólar global, as moedas de pequenos países muitas vezes se encontram em desvantagem. A moeda digital oferece novas opções a esses países, ajudando-os a se libertar de bloqueios econômicos e a buscar um sistema financeiro e monetário independente. No futuro, é provável que mais países do terceiro mundo adotem a moeda digital como moeda fiduciária, como a Argentina, que enfrenta alta inflação, e o menor país da América Latina, o Paraguai. A moeda digital está abrindo novos caminhos para o desenvolvimento econômico desses países.
![O que acontece agora com aqueles países que usam o Bitcoin como moeda legal para se opor à hegemonia do dólar e combater a alta inflação?])https://img-cdn.gateio.im/webp-social/moments-48b40709d02414ffdc2fb892e9d0691c.webp(